sábado, 7 de junho de 2008

Oficinas

As vagas para a Oficina de Crônica já foram todas preenchidas.

Quem deseja fazer oficina, ainda pode se inscrever para a Oficina de Poesia, uma bela oportunidade para entrar em contato com uma estrutura textual e linguagem bastante enriquecedores, que pode contribuir para a construção de textos jornalísticos estilisticamente mais interessantes!

O oficineiro será o mestre em Educação pelo Instituto Superior Pedagógico para la Educaión Técnica y Profesional Héctor Piñeda Zaldívar de Cuba, Eglair Carvalho. Eglair é poeta e tem dois livros publicados, Fagulhas do tempo e Versos Explícitos. Abaixo, uma pequena amostra do trabalho do poeta. A Idade Mídia em versos de Eglair Carvalho.

Circe

Com cifras tatuadas pelo corpo, surge Circe, a deusa mídia
louca, pífia, cujas mãos frias estão ávidas pelo nosso destino.

Salvaremos nossas almas de suas garras enfeitiçadas,
desprenderemos as torpes amarras da moda
e diremos: “não, ninfa ambiciosa, não nos transformarás em macacos”.

Mesmo que queira iludir-nos com falsas promessas,
ela receberá nosso melhor asco, a indiferença.

Afinal, estará morta a sua presença
decapitada pela nossa consciência
de homens e mulheres livres.

Chega de ilusão! Vamos colocar as mãos nessa estranha terra,
a realidade,
Sintamos o calor orgânico das matas, da massa e das feras.

Daremos férias aos publicitários apaixonados,
aos fofoqueiros da TV, às modelos anorexas
aos homens bombados e abobalhados de plantão.

Recebam, amigos, meu caldeirão mágico:
uma caneta e um pedaço de papel.
Nele, evocaremos alguns Zumbis dos Palmares,
Anitas Garibaldis,
Buda,
Gandhi,
Iemanjá,
Jesus Cristo.

Acrescentaremos uma pitada de um belo sorriso,
duas gotas de solidariedade,
todos os clichês que desejarmos e um bocado do açucarado
penso - sinto - existo .

O que sairá dessa feitiçaria?
Talvez Circe, a deusa publicitária, fique atordoada
e perca a vontade de vender nossos corpos, sonhos e vontades.

Talvez descubramos que para sermos felizes de verdade
não é preciso ser um animal do consumo,
mas um amigo que ouve,
um amante que acaricia,
homens e mulheres que amam
na Odisséia fantástica da vida.

Nota do autor:
Circe , filha de Hécate , era uma deusa que tinha como característica principal a sua capacidade para a ciência da feitiçaria. Com o auxílio de sua varinha, poções, ervas e feitiços, ela transformava homens em animais, fazia florestas se moverem e o dia virar noite. Os escritores antigos Homero, Hesíodo, Ovídio e Plutarco relataram suas proezas, garantindo para ela um lugar nas lendas.

Um comentário:

Unknown disse...

Reallllllllllllmente, precisamos nos libertar de CIRCE. Ou então, padeceremos sob sua cruel dominação e nos transformaremos em "ZUMBIS".